Fonte: Revista Naipe.
Por: Ivanir França.
Jaqueline Ferrari é uma morena de 1,70m, pernas torneadas que se desenham através do vestido, olhos negros brilhantes e lascivos, sorriso perfeito e safado. Após alguns goles de cerveja, a moça quebra o papo cotidiano e larga: “Eu me assumo: sou puta e sou feliz”.
Mas a que surpreende mesmo é a Jaque politizada e preocupada com a mobilidade urbana da capital. Desde a sua chegada à Florianópolis ela mora no Ribeirão da Ilha e trabalha na cidade. A distância entre o sul ilhéu e o centro não incomoda. “O problema é a puta sacanagem desse transporte público”, rasga, irada, a morena. Na comparação inevitável entre os enlatados humanos mineiros e os florianopolitanos, a integração desintegrada insular salta aos olhos.
Ela conta que em BH os ônibus estão em péssimas condições de uso, mas a integração funciona - embora a capital mineira tenha quase seis vezes a população de Florianópolis. Uma alternativa encontrada são as vans e os microônibus, que desafogam o sistema público e o tráfego também. Para ela, o que falta é uma boa dose de empregabilidade dos planejamentos sobre o transporte público, que nunca saem das gavetas da Prefeitura.
Finda a noite, ela pega a bolsa - um verdadeiro cinto de utilidades -, chama o garçom e paga a conta. E pela primeira vez não mostra seu lindo sorriso: “tenho que pegar o ônibus”.
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