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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Professores são injustiçados com projeto que trata dos salários.

Fonte: DC


Deputados estaduais aprovaram a lei por 28 votos contra oito, nesta quarta-feira, 13/07/11.


A sensação era de injustiça entre os professores que acompanharam a votação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 026, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, nesta quarta-feira. Assim que o projeto passou pelas comissões, os docentes já sabiam que não haveria mais chances de barrar a proposta. Nesse momento, muitos sentaram no chão e choraram.

Durante a votação, havia cerca de 1,6 mil professores na assembleia com camisetas, faixas, cartazes, apitos e alto-falantes. Todos gritavam palavras de ordem e acreditavam na possibilidade de reverter a situação. Assim que o projeto passou pelas Comissões de Finanças, Trabalho e Constituição e Justiça, os manifestantes se calaram. Muitos choraram, sem forças para continuar o protesto. O hall de entrada da assembleia parecia um campo de batalha, perdida.

— Estão votando nossa morte. É o fim da educação catarinense — disse emocionada a professora Janete Miranda.

A professora de sociologia trabalha em duas escolas de São José, tem 21 anos de magistério, duas graduações, uma pós-graduação e ganha R$ 2.400,00. Segundo ela, com o projeto aprovado nesta quarta-feira, seus vencimentos vão diminuir.

— Eu ensino aos meus alunos que existe justiça, verdade e dignidade. Agora, voltarei para a sala de aula sem nada disso — desabafou Janete.

Janete disse ainda que foi agredida por um policial, ao tentar ajudar uma amiga caída.

Eu apanhei aqui hoje. Fui humilhada por essa corja que nada no dinheiro — disse a professora, se referindo aos deputados que aprovaram o projeto de lei.

Enquanto a professora desabafava, aos prantos, um grupo de professores balançava a cabeça concordando com as palavras.

Policiamento reforçado

O efetivo da segurança da Assembleia Legislativa conta com 62 policias. Todos estavam trabalhando. Mesmo assim, o coronel Paulo Henrique achou prudente pedir reforços ao BOPE após duas pessoas invadirem a área da mesa diretora, onde estavam os integrantes das Comissões de Finanças, Trabalho e Constituição e Justiça. A sessão chegou a ser interrompida por 20 minutos, até a chegada do Batalhão, que cercou o plenário da Assembleia.

A medida revoltou ainda mais os manifestantes. A deputada Ângela Albino saiu do plenário e tentou falar com os policiais, mas não foi ouvida.

Duas professoras relataram à imprensa casos de agressão por parte dos policias. O coronel Paulo Henrique disse que nenhum caso foi registrado oficialmente e ele não tem conhecimento de incidentes graves no local.

E a greve 
Quando perderam a votação no plenário da Alesc, os professores deixaram o local gritando "A greve continua". O comando de greve convocou uma reunião para as 9h desta quinta-feira e assembleias regionais a partir das 14h.

— Vamos continuar nossa luta. Perdemos a batalha, mas não perdemos a guerra — disse o coordenador da regional de Itajaí, Genésio Adolfo.

Nas conversas com os manifestantes, no entanto, era visível o cansaço e abatimento após 57 dias de greve. Muitos professores estão acampados em frente à assembleia há 25 dias. Alguns confirmaram que o fim da greve é inevitável, já que estão todos desgastados e muito cansados, mas, oficialmente, a greve ainda não acabou.

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