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quinta-feira, 31 de março de 2011

Prefeitura culpa Estado pelos problemas de mobilidade

Na CBN Diário, prefeito diz que falta “mão de ferro e pulso firme” do governo para terminar as rodovias SC-401 e SC-405.


O prefeito de Florianópolis, Dário Berger, em entrevista concedida ontem à Rádio CBN Diário, culpou o governo estadual pela falta de mobilidade de Florianópolis, principalmente na Ilha. Ele se referia à falta de obras nas SCs 401 e 405. Na quarta-feira, ao DC, Dário já havia dito que a cidade está “em segundo plano com o governador (Raimundo Colombo)”.

A falta de mobilidade foi o principal assunto. Questionado sobre o Trevo da Seta, que não resolveu os engarrafamentos no Sul da Ilha, o prefeito afirmou que o problema só será sanado com a construção da terceira pista na SC-405:

– O pior problema (de mobilidade), na minha opinião, é do elevado do Trevo da Seta para o Sul da Ilha. E é barato de resolver. Basta ter mão de ferro e pulso firme. O outro é (a duplicação da) a SC-401. Com isso, você resolve quase todos os problemas de mobilidade da Ilha.

As duas obras são responsabilidade do governo do Estado. Assim como a 4ª ponte e a duplicação da Avenida Diomício Freitas, do Trevo da Seta ao Aeroporto Internacional Hercílio Luz.

O prefeito também disse ter ajudado o Estado a conseguir os recursos para duas dessas obras.

– O recurso para a Diomício Freitas foi uma empreitada minha, do João Batista (vice-prefeito) e da Ideli Salvatti (hoje ministra da Pesca), que conseguiu o dinheiro por emenda. E a obra não sai do papel. A SC-401, também. A SC-405 é tão barata que não ensejou da minha parte buscar recursos federais – afirmou.

Deinfra culpa desapropriações e licenças pelos atrasos.

Segundo o governo do Estado, desapropriações e licenças ambientais têm atrapalhado as melhorias.

Para o presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), engenheiro Paulo Meller, essas obras vão melhorar consideravelmente a situação, mas não resolverão definitivamente o problema. Ele lembrou, ainda, que o governo do Estado tem participado com recursos para empreendimentos em Florianópolis.

O grande problema na SC-401 e na SC-405, segundo Meller, são as desapropriações. Muitos moradores não têm escritura do imóvel, o que impede o governo estadual de pagar as indenizações aos moradores.

A alternativa é o Estado recorrer à Justiça, pedindo a posse dos terrenos, e depositar os valores referentes em juízo. Por se tratar de um acordo entre governo e morador, apenas a concessão de uma liminar já seria suficiente. Com esta manobra, o processo dura cerca de um mês, com menos risco de arrastar-se por muito tempo.

Meller disse também que está prevista a desapropriação de 32 imóveis na SC-401. Metade dos proprietários foi procurada e a falta de escritura foi constatada em nove casos. Na SC-405, o total é de cerca de cem imóveis residenciais e comerciais, dos quais 50 estão prontos.

Sobre a Diomício Freitas, ainda de acordo com Meller, faltam duas licenças ambientais, o que impossibilita a licitação da obra. Além disso, dos R$ 25 milhões necessários à duplicação, só estão garantidos R$ 5 milhões.

(DC, 26/03/2011)

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Em Florianópolis e em Santa Catarina essa situação de que "a culpa não é minha" e acusações para todos os lados é muito comum.

Outra coisa muito comum é a construção de casas, comércios, condomínios, edifícios e até enormes shoppings sem a escritura do terreno. Em Florianópolis, particularmente, não há loteamento público, o cidadão, o empresário constrói onde achar melhor, onde bem quiser.

Você brasileiro, se quiser morar na praia, venha para Florianópolis, ou qualquer outra cidade litorânea de Santa Catarina e aproprie-se de um terreno a beira-mar, é grátis!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Cotidiano

Sou cliente do Supermercado Big de Florianópolis.

Gostaria de ser cliente de outros mercados que existem nesta cidade, como por exemplo, o Bistek e o Angeloni, no entanto, não sou devido aos preços mais elevados. A razão principal para ser cliente do Big são os preços, que são um pouco mais baixos quando comparado aos outros supermercados que existem nesta ilha.

Por outro lado, o serviço prestado no Big de Florianópolis é terrível. As prateleiras sempre estão desorganizadas, com produtos em falta, preços trocados, preços conflitantes com as ofertas exibidas na TV ou nos panfletos, palletes espalhados pelos corredores, entre outras coisas. No setor de verduras, sempre encontro produtos apodrecendo e em falta. No setor do açougue já me deparei com uma carne embalada à vácuo que estava com uma coloração verde. Se for listar todos os problemas encontrados neste "supermercado" necessitaria de bastante espaço nesta postagem.

O que quero mostrar nesta postagem é uma foto que registrei na última segunda-feira, dia 28/03. É um produto que eu já havia feito uma reclamação para o serviço de atendimento ao consumidor desta empresa. Trata-se de um produto que está com um valor na prateleira e no caixa passa um valor diferente, maior do que o da prateleira.

Este problema foi resolvido, aparentemente, após a minha reclamação, porém, como vocês podem ver pela fotografia abaixo, ainda não trocaram a etiqueta de preço exposta na prateleira.

Eu, que já trabalhei em um grande supermercado em Curitiba, acho isto um absurdo.

Enfim, se minha situação financeira fosse melhor, eu nunca mais compraria neste mercado, pois é um ambiente muito desorganizado.

terça-feira, 29 de março de 2011

Casan não prevê investimento recomendado para abastecimento de água em Florianópolis

Companhia acredita que com R$ 26 milhões garantirá abastecimento para os próximos 15 anos.

A Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) não está preparada para investir R$ 81,2 milhões na ampliação do sistema Cubatão/Pilões, como sugerido no Atlas Brasil, estudo feito pela ANA (Agência Nacional de Águas) sobre o futuro do abastecimento de água no país. Por enquanto, a empresa tem previstos R$ 26 milhões para aumentar a capacidade da rede, responsável por 63% do que Florianópolis utiliza.

“Não creio que haverá um investimento desse porte nesse sistema”, afirma o diretor técnico da Casan na região metropolitana de Florianópolis, Fábio Krieger. Segundo a pesquisa da ANA, se as verbas recomendadas não forem aplicadas, a capital pode enfrentar dificuldades no fornecimento de água potável já em 2015. Krieger discorda e garante que, com os R$ 26 milhões, a cidade terá água nos próximos 15 anos.

As obras planejadas pela Casan devem começar até o final deste ano, tendo prazo de 18 meses para serem concluídas. Cerca de R$ 14 milhões serão usados para aumentar em 50% a capacidade da ETA (Estação de Tratamento de Água) do Morro dos Quadros, que faz parte do sistema Cubatão/Pilões. A quantidade de água proveniente de lá passará de dois mil litros/segundo para três mil litros/segundo, atendendo 1,5 milhões de pessoas, em vez de 800 mil.

Mais R$ 12 milhões servirão para alongar a extensão de uma adutora paralela à BR-101 e para fazer melhorias no trecho que vai de Forquilhinhas, em São José, até o final da Via Expressa.

O que a Casan cogita, sem possuir estudos e projetos, é adotar um novo manancial, que poderia ser o rio Tijucas, em Canelinha. “Mas isso é coisa de longo prazo, para daqui, no mínimo, uns dez anos. E teria um custo altíssimo, de aproximadamente R$ 100 milhões”, diz Krieger.

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Eu resido no Itacorubi e lá falta água em todos os verões. E não é somente no Itacorubi. Este ano pude acompanhar várias notícias de falta de água em diversos bairros da cidade.

O tal do Krieger, que discorda de um estudo técnico, diz que a Casan não está preparada para os R$ 81,2 milhões, mas, eu não acredito em sua palavra de que a Casan irá investir R$ 26 milhões, e que estas obras devem começar no final do ano e terminar em 18 meses.

É muito provável que em 2015 o abastecimento de água em Florianópolis esteja mais dramático do que está atualmente. E é muito provável que em 2015 teremos outro diretor técnico, substituindo o Krieger e que usará como desculpa o mal trabalho desenvolvido pelo seu antecessor.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Com a definição da Ficha Limpa, PP-SC quer manter Odacir Zonta na Câmara dos Deputados

Zonta pode ficar na Câmara e Pizzolatti assumir, caindo Ronaldo Benedet.


Odacir Zonta - irá lutar pela manutenção da terceira vaga.

Garantida a vaga do deputado João Pizzolatti (PP) na Câmara dos Deputados, após a decisão de que o Ficha Limpa vale só a partir da próxima eleição, em 2012, o PP trabalha agora pela permanência do deputado Odacir Zonta. Segundo mais votado do partido, com 133.181 votos, Pizzolatti foi barrado pela lei e não teve os votos contabilizados. Acabou deixando a vaga para o correligionário.

O advogado Alessandro Abreu, do PP, disse que irá lutar pela manutenção da terceira vaga de Zonta em todas as instâncias da Justiça Eleitoral. A sigla aguarda o anúncio oficial dos votos pelo TRE, que terá de aguardar o julgamento do recurso de Pizzolatti pelo STF, previsto para abril. Feito isso, o progressita tem tudo para ser finalmente diplomado. “Mas se no cálculo de recontagem não tiver incluída a terceira vaga com Odacir Zonta vamos questionar a metodologia usada”, destacou Abreu. “Nas sobras de voto, eles usam 16 vagas mais 1, algo antigo no código eleitoral. Vamos sugerir uma evolução de jurisprudência”, acrescentou.

Abreu sustenta que Zonta pode ficar na Câmara e Pizzolatti assumir, caindo Ronaldo Benedet (PMDB), o último da Tríplice Aliança, ou Luci Choinaki, última do PT. Nos bastidores do TRE a tendência é que Pizzolatti confirme a diplomação e Zonta vá mesmo para a suplência.

O PT enviou nota informando que Luci se elegeu dentro do quociciente eleitoral do partido. Então seu mandato independe dessa decisão, ressaltando que o PT deixou sobra de votos.

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Já que a "lei" não faz justiça, vamos nos lembrar deste rosto e deste nome para que nas próximas eleições não cometemos o mesmo erro de votar neste corrupto.

domingo, 27 de março de 2011

Flanelinhas Desterrados Sem Vergonha!

Da coluna de Carlos Damião, ND.

Donos da…

Flanelinhas vendendo talões de Zona Azul a R$ 5 cada um não chega a ser surpreendente. Faz tempo que a região central da cidade está transformada em terra sem lei. Amigo da coluna flagrou cidadão bem vestido reservando vagas públicas na Praça 15 de Novembro para um bar da Rua Fernando Machado. Ele cobrava R$ 10 dos motoristas que estacionavam.

… cidade

Na mesma região do Centro, uma senhora costuma marcar vagas para dirigentes de uma dessas igrejas evangélicas que se multiplicaram ultimamente pela cidade. Os locais reservados por ela em geral abrigam luxuosos automóveis importados, pertencentes aos pastores que atuam nos templos.

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Em meados da primavera do ano passado (2010), tive que realizar uma prova para um concurso público no Instituto de Educação, localizado no centro de Florianópolis. Era um domingo de manhã, decidi ir de carro para evitar qualquer risco de atraso. Quando cheguei próximo ao local de realização da prova, me deparei com muitas outras pessoas que tiveram a mesma ideia e resolveram ir de carro. Minha surpresa e indignação foi quando um favelado me cobrou R$ 10,00 para que eu estacionasse o meu carro em uma vaga que havia na rua. Quando eu disse que pagaria somente após o término da prova, ele disse que então não poderia garantir que o meu carro ficaria em segurança. São um bando de filhos da puta!

Uma afronta à cidadania

Da coluna de Carlos Damião (ND, 25/03/2011)

Greves do transporte coletivo seguem sendo um abuso na Capital, sem que as autoridades façam nada para impedi-las.

É muito estranho que, ano após ano, os moradores da Grande Florianópolis tenham que aceitar, passiva e coletivamente, essa anarquia em que se transforma a negociação salarial entre empresários e empregados do sistema de transporte coletivo. Na volta do feriado (24), a população foi surpreendida pela ação de motoristas e cobradores, que paralisaram o serviço pelo período de uma hora. Assim, sem mais nem menos, sem avisar ninguém, de uma forma prepotente, autoritária e ilegal. O curioso é que, do ponto de vista da autoridade, não houve qualquer tipo de manifestação em relação ao caso. Numa prova de que, em Florianópolis, o direito coletivo continua sendo torpedeado e afrontado pelo interesse corporativo e antidemocrático de uma minoria. Não é justo. A massa de cidadãos florianopolitanos não merece ser maltratada dessa forma e, pior de tudo, sem que uma única autoridade constituída diga ou faça algo.

Covardia.

É interessante ainda observar, sobre esse “estado de greve” de motoristas e cobradores, que a força pública só é utilizada contra manifestações da sociedade que questionam o aumento das tarifas de ônibus. Alguém por aí já viu a polícia usando tropa de choque para colocar os ônibus parados em funcionamento? Nunca. Quando muito, os coletivos são multados por “estacionamento em local proibido”.

Desobediência.

Paralisação-relâmpago, sem aviso prévio, como fazem os motoristas e cobradores de ônibus, é crime contra a ordem pública. Trata-se da mais descarada desobediência civil, que tem de ser punida com o mais absoluto rigor. Chega de impunidade!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Desterro Sem Lei

É muito comum vermos situações absurdas em Florianópolis.

Uma situação muito cotidiana pode ser observada nas fotos abaixo.

Fazem 3 anos que dirijo pelas ruas de Florianópolis e nunca me deparei com uma blitz de trânsito. Também nunca vi uma viatura policial específica para cuidar do trânsito do Desterro.




quinta-feira, 24 de março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

Turista reprova serviço de táxi em Florianópolis

Levantamento também aponta que 76% dos visitantes ouvidos não receberam informações sobre os atrativos e passeios.

Florianópolis é o quarto principal destino para congressos e feiras internacionais no país, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Mas precisa melhorar com urgência o serviço de táxis e as informações para os turistas de negócios.

Esta foi a conclusão de pesquisa inédita sobre o segmento divulgada ontem na Capital. Encomendada pelo Florianópolis e Região Convention & Visitors Bureau (FC&VB) e realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ela revela que o turista de negócios desembolsou, em média, R$ 249,78 por dia na cidade em 2010.

O levantamento ouviu 4,5 mil visitantes para traçar o perfil do turista que gasta mais dinheiro na Capital e os aponta quais serviços precisam ser melhorados. Os taxistas e o comércio receberam as piores avaliações.

Segundo Luiz Gustavo de Medeiros Barbosa, coordenador do Observatório de Inovação do Turismo da FGV, a avaliação do serviço transporte por táxis em Florianópolis, utilizado por 53,8% dos entrevistados, ficou abaixo do índice nacional.

Oito em cada 10 entrevistados não ficaram em Florianópolis nenhum dia a mais além do previsto pelo evento. A maioria viajou sozinho, e 76% dos entrevistados disseram não ter recebido informações sobre atrativos da cidade e opções de passeio.

– A cidade pode trabalhar para expandir a permanência média do turista de negócios, que ficou quatro dias na cidade, no ano passado, para, pelo menos, mais um dia. Este acréscimo teria resultado em R$ 4 milhões a mais – projeta Barbosa.

Os 20 mil turistas que participaram dos 20 eventos pesquisados no ano passado injetaram R$ 19 milhões diretamente na economia da Capital. Outros 21 eventos técnicos, científicos e de negócios ocorreram em Florianópolis no período.

O gasto médio dos turistas brasileiros e estrangeiros, na Capital, está abaixo da média da pesquisa nacional, realizada a pedido da Embratur em 2007 e 2008. No país, o gasto médio do turista brasileiro foi de US$ 165 por dia (em torno R$ 275). E o do estrangeiro, ainda maior: US$ 265 (cerca de R$ 442).

O gasto de quase R$ 250 dos turistas de negócios na Capital é 150% maior do que o desembolso médio dos turistas de cruzeiros que chegaram a São Francisco do Sul nesta temporada, segundo levantamento da Secretaria de Turismo local.

A iniciativa do FC&VB soma-se às pesquisas iniciadas pela Fecomércio e prefeituras na busca por indicadores confiáveis para o setor em SC.

Fonte: DC, 17/03/2011.

Falta opção para lazer.

Florianópolis precisa investir na repaginação dos sites de turismo, na opinião do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em SC (ABIH-SC), João Eduardo Moritz.

– Nossos sites são muito ruins. Precisamos investir em ferramentas. Atualmente, os turistas escolhem seus destinos só depois de muito pesquisar na internet – avalia.

Ele e o secretário de Turismo da Capital, Márcio de Souza, concordam que a cidade precisa criar alternativas para dias de chuva além dos shopping centers. Para Moritz, a cidade precisa investir em opções culturais.

Na opinião de Souza, a Capital deve voltar-se para o mar. Para isso, a prefeitura está trabalhando nos projetos de um museu do mar e na recomposição do parque náutico próximo aos clubes do remo na Ilha. O secretário disse que a Capital também lutará para ter um píer turístico.

A origem dos turistas de negócios também chamou a atenção do secretário de Turismo:

– Sempre olhamos para o mercado da América Latina. Mas a pesquisa nos reorientou. Vamos divulgar mais na Europa e investir em site repaginado em quatro idiomas: inglês, alemão, espanhol e francês – revela.

Fonte: DC, 17/03/2011

segunda-feira, 14 de março de 2011

Ilha da frustração

Artigo escrito por Laudelino José Sardá - Jornalista e professor universitário (DC, 10/03/2011)

O verão de Florianópolis evapora-se em frustrações, mesmo com o caos e as mazelas da surrada profecia. O Rio do Braz alongou a velha e emporcalhada história, jogando fezes in natura na Praia de Canasvieiras, e ambulantes lotaram todas as praias. Locadores de equipamentos náuticos tomaram conta do mar e limitaram o fluxo de banhistas na areia.

A Companhia Teatro Sim… Por Que Não? foi o suspiro cultural, com a peça "A Vida Como Ela É". Um professor argentino queixou-se: “Venho a Florianópolis há 15 anos e não sei qual a sua cultura!” E eu justifiquei: “O prefeito também não sabe.”

A violência voltou a premiar os argentinos – dois assassinados. Mas a Segurança elegeu um deputado, viu? E, como se repete há 30 anos, as chuvas empurraram turistas para os shoppings e o Centro da cidade, ajudando a imobilizar ainda mais a Ilha.

E neste feriadão de Carnaval, não foi diferente. Até a festa de Momo perdeu o humor ilhéu. Afinal, que cidade é esta? É a do alcaide alienígena, que em oito anos não conseguiu sequer revitalizar o Largo do Mercado Público, agora em processo de privatização. Mas não é patrimônio público? O Aterro da Baía Sul, que já foi ótimo para o lazer, agora recebe até sucatas de veículos apreendidos.

Aqui, nada se sustenta na moral. E ainda incriminam e reclamam do rigor da procuradora Analúcia Hartmann! Floripa é a cidade do desmando, onde há jeitinho para os atos ilícitos. Mas a causa é a ausência de um plano diretor decente, capaz de brecar a ganância de quem só quer construir, até esgotar e arruinar totalmente a cidade.

Os vereadores, avessos a um plano diretor rigoroso, elegeram seu presidente sob denúncias de corrupção. E onde estão os corruptores, que fazem da Ilha um cenário de negócios irregulares?

Você, leitor, já quer saber como será o próximo verão? Está na profecia do bruxo.

Obras emperradas

Não há dúvida de que cabe à pétrea burocracia oficial e à gestão deficiente de organismos oficiais e isso nas três esferas do poder a responsabilidade maior pelo crônico atraso na execução de obras públicas cruciais ao bem-estar e segurança dos cidadãos.

Um exemplo que bem ilustra esta relação de causa e efeito é fornecido por três obras viárias consideradas essenciais para desemperrar o acesso ao Sul da Ilha de Santa Catarina: as do Elevado do Trevo da Seta, da implantação da terceira pista na SC-405, no Rio Tavares, e do novo acesso ao Aeroporto Hercílio Luz.

Prometido para ser liberado ao tráfego em meados de dezembro do ano passado, o Trevo da Seta foi adiado para este mês, mas ficamos sabendo que, antes de maio, nada feito. Os 4,5 quilômetros de pista para “oxigenar” o Rio Tavares, cuja implantação ficou paralisada por dois anos, agora estão prometidos para novembro. Depois de tantas datas e promessas traídas, acredite quem quiser. O acesso ao aeroporto permanece onde sempre esteve: no papel e no lodoso reino das promessas políticas.

Enquanto o jogo de empurra e as desculpas inverossímeis continuam, os moradores do Sul da Ilha – e não apenas eles, mas todos os que para lá se dirigem por necessidade ou lazer – enfrentam o cotidiano tormento dos congestionamentos em cascata, que degradam a qualidade de vida, desvalorizam o patrimônio e causam prejuízos vultosos aos negócios estabelecidos. Sim, o “gargalo” tem nome. Para desfazê-lo, espera-se que a presidente da República e o governador, honrando promessas, cortem, logo e de vez, as asas da burocracia perdulária e sanguessuga, que puxa o freio do país e do Estado.

Fonte: Editorial, DC, 10/03/2011

A poluição do mar e o desabafo do prefeito

Dário Berger diz que Casan joga esgoto no mar e ameaça descaso da companhia com pesadas multas.


"Se a Casan cumprir rigorosamente com o contrato que assinou com a prefeitura, não vai ter multa, não vai ter problema, reclamação, nada. O que nós não podemos permitir é que, em pleno século 21, as estações da Casan não funcionam, ficam jogando ainda cocô na água do mar. Não podemos permitir, é uma vergonha. A prefeitura deve adotar ação mais forte, mais rigorosa, porque me parece que as coisas só funcionam quando é na base da pressão, na base de sentir no bolso, da garra, da determinação". Esse impressionante desabafo do prefeito Dário Berger foi veiculado na manhã de terça-feira (01/03/2011), pela Rádio Guarujá. E é a síntese de um sentimento geral da população de Florianópolis, que vem perdendo qualidade de vida em inúmeras questões de seu cotidiano e chega a ter 50% da balneabilidade de suas praias comprometida pela falta de tratamento de esgotos.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Aterro, a vergonha do Desterro

O que era para ser um cartão de apresentação de Florianópolis se transforma, dia a dia, num lixo urbanístico.


O aterro da baía Sul, que deveria ser o cartão de apresentação da cidade, é tratado há muito tempo como lixo urbanístico, por culpa exclusiva das autoridades, não só municipais e estaduais. Agora, também as autoridades federais se empenham em piorar a situação, conforme demonstrou o Notícias do Dia na edição desta quinta-feira (17/02/2011): "Automóveis apreendidos em operações policiais estão sendo depositados num terreno da União". Não bastasse isso, áreas que deveriam servir para a convivência social se transformaram em estacionamentos e, até, numa imensa estação de tratamento de esgoto, que espalha a fedentina exalada de suas entranhas por toda a região central. O pior é que ninguém toma providências e o aterro segue sendo a vergonha do Desterro, como disse o falecido vereador Valdemar da Silva Filho (Caruso), aliás, um homem público que se notabilizou por lutar contra a urbanização planejada pelo mestre Burle Marx.

Estacionamento

Ainda quanto ao aterro, um colaborador da coluna de Carlos Damião aponta o precário estado do estacionamento da Aflov nas proximidades do Mercado Público. "Está uma vergonha, com buracos, lama, atendimento péssimo... O volume financeiro gerado diariamente é considerável, será que a Prefeitura de Florianópolis não poderia investir no local?".

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sem união dos poderes públicos, problemas de mobilidade em Florianópolis estão longe de solução.

Enquanto a batata quente da mobilidade urbana da Ilha é jogada de um colo para o outro, em pura demonstração de falta de planejamento e união política entre os governos federal, estadual e municipal, a população vive à mercê de dias caóticos como o da noite de terça-feira (01/03/2011). Pelo Twitter, internautas manifestaram toda a revolta pelo trânsito completamente congestionado resultado de pequenos acidentes que, juntos, travaram a cidade. Pelas ruas, motoristas trancados nas filas e trabalhadores empilhados nos pontos de ônibus.

Não é a primeira vez que um acidente para o trânsito na Capital, nem que se cobra soluções de mobilidade, tampouco que se pede melhorias no transporte coletivo, mas quase nada se vê na prática. “Enquanto a União e o Estado continuarem se omitindo não haverá solução. A prefeitura não consegue resolver sozinha”, defende o presidente do Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis), Átila Rocha dos Santos.

Segundo ele, é preciso planejamento, mas isso não significa trabalho exclusivo do Ipuf. “O Estado tem sido omisso por muito tempo. O último grande planejamento viário na região foi feito em 1960. A principal rodovia estadual da Capital, a SC-401, espera há 13 anos pelo fim da duplicação. A principal rodovia federal que nos atende, a BR-101, ainda não foi duplicada”, observa. “Nós temos feito obras em pontos de estrangulamento, como o elevado da Seta e do Rita Maria, mas enquanto a opção for pelo automóvel não há solução que resolva o problema”, afirma.

“A solução é tirar o carro da rua e implantar um sistema de transporte público de altíssima qualidade. Precisamos transportar pessoas e não veículos”, ressalta o engenheiro e professor do Departamento de Automação e Sistemas da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Werner Kraus Junior, para quem as obras viárias não resolvem a questão. “Apenas transferem o ponto de estrangulamento. Não há mais capacidade viária para o número de veículos na cidade”.

Aos motoristas, paciência

Os motoristas que permaneceram por horas nas filas se deparavam com uma questão, até o momento sem resposta: até quando pequenas colisões provocarão grandes congestionamentos na cidade? Para Policia Militar e Guarda Municipal não há solução sem alterar a estrutura da malha viária, restando como única saída a paciência.

“Nessa ocasião fizemos o que estava a nosso alcance. Só podemos sinalizar, orientar e liberar pistas. Desvios, troca do fluxo dos semáforos entre outras providências devem ser tomadas pela prefeitura”, afirma o comandante do 4° Batalhão da PM, tenente-coronel Carlos Alberto de Araujo Gomes. “A saturação do número de veículos pelas ruas aliada às vias estreitas, algumas, sem alternativa de desvio como as pontes Colombo Salles e Pedro Ivo, não nos fornecem muitas saídas. Há pouco o que se fazer na Capital com a realidade que temos”, diz.

Para o diretor da Guarda Municipal, Ivan Couto, “não há como fazer grandes mudanças”. “Só podemos sinalizar, orientar e tentar encontrar desvios, mas nessa terça-feira até eles estavam congestionados. Resta aos motoristas a paciência e mesmo diante de situações extremas seguir o Código Brasileiro de Trânsito para não complicar ainda mais a situação, delicada e complexa” (Aline Rebequi).

Integração zero

De acordo com Werner Kraus Junior, a implantação do sistema BRT (Bus Rapid Transport), é a opção mais “rápida e barata” e só não foi colocada em prática ainda por “falta de vontade política”. Ele destaca ainda a importância se de pensar em um sistema de transporte metropolitano e integrado, envolvendo todas as prefeituras da Grande Florianópolis, mas com horários adequados e sem tantas baldeações.

Os usuários também querem mais planejamento. Para o vendedor Marcelo Sena, 43, que esperou durante uma hora e trinta minutos um ônibus na rodovia SC-401 na noite de terça, os consertos de pistas e demais estruturas devem ser realizados somente à noite e os veículos envolvidos em acidentes retirados da pista com mais agilidade. “Eles precisam ter consciência de que as pessoas têm seus compromissos e não podem ficar presos no trânsito desse jeito”, reclama (colaboração Anita Martins).

Entenda o Caso

* Após as 16h de terça (01/03/2011), o trânsito travou nas principais vias da Capital depois de uma sequência de acidentes. O primeiro na ponte Colombo Salles envolvendo um motociclista. Filas se formaram até as proximidades do supermercado Angeloni, na avenida Beira-mar Norte. O problema logo foi sentido no Ticen (Terminal de Integração do Centro).

* Às 17h, mais dois acidentes são registrados na avenida Gustavo Richards, em frente ao Centrosul. O trânsito no túnel Antonieta de Barros travou. Na sequência um motorista da Comcap (Companhia de Melhoramentos da Capital) perde o controle de um caminhão e colide com o guard-rail da rodovia SC-401, no sentido Centro/Norte, provocando ainda mais filas.

* O dia 1º de março de 2011 não foi o único em que a Ilha parou. Em 1994, caminhão de lixo tipo caçamba, com seis metros e capacidade para transportar até 25 toneladas, tombou na entrada da ponte Colombo Salles, formando um “L” na pista, além de espalhar toneladas de lixo e chorume. A Colombo Salles foi totalmente interditada. Na Pedro Ivo, só havia uma pista liberada e durante três horas ninguém saiu da Ilha. No Centro, o trânsito parou e a fila foi se formando ao longo da Via Expressa e chegou à BR-101.

Por Maiara Gonçalves, Notícias do Dia.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Trânsito de Florianópolis tem que ser tratado como emergência

Da coluna de Carlos Damião (Notícias do Dia, 03/03/2011)


Caos da terça-feira (1°) na Capital é sinal de alerta: está na hora da criação de uma ‘defesa civil’ do trânsito.

O pior dia da imobilidade urbana de Florianópolis até hoje foi registrado na terça-feira (1º), do meio da tarde até altas horas da noite. Uma sucessão de pequenos acidentes, somada à morosidade no conserto de um guard rail na SC-401, causou o maior engarrafamento da história da cidade. Trajetos curtos, de três ou quatro quilômetros, consumiram pelo menos uma hora da vida de milhares de pessoas. Muita gente perdeu a aula e compromissos de trabalho. Mas, onde estavam as autoridades de Florianópolis? Dando explicações intermináveis às emissoras de rádio e pedindo paciência aos motoristas. Ora, chegamos a um estágio em que o trânsito tem que ser administrado como situação de crise. Está mais do que na hora de o poder público criar uma espécie de “Defesa Civil do Trânsito”, reunindo gestores de vários órgãos, acionados a qualquer hora para monitorar e gerenciar soluções. Mas Florianópolis é uma cidade onde uma sinaleira pifa na sexta-feira à noite e só volta a funcionar na segunda-feira depois das 8h. Isso se o responsável pelo setor não tiver adquirido uma virose no fim de semana.

Ocupação.

A piada de quarta-feira (2) no twitter era a respeito da preocupação do Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) com o caos no trânsito da cidade. “O Ipuf deve estar cuidando da feijoada de sábado”, anotou um tuiteiro, a propósito de evento particular, que acontece anualmente no sábado de Carnaval, mas que tem amplo apoio das autoridades.

A palavra.

O poder público está sempre um passo atrás das demandas. Não há engenharia de tráfego em Florianópolis, nem gestão do trânsito. Há inúmeras boas intenções e praticamente nenhum sentido prático para resolver os problemas. Só existe uma palavra para solucionar as demandas de Florianópolis: gestão. Que é antônima de omissão.

Instantaneidade.

O uso das redes sociais para informações úteis está cada vez mais consagrado. Não apenas pela mídia e profissionais de comunicação, mas por qualquer pessoa que tenha acesso ao twitter. O caso do caos no trânsito, na terça-feira (1º) à noite, teve seu auge entre 19h e 20h, horário em que as emissoras de rádio, por exemplo, são obrigadas a veicular a superada A Voz do Brasil.

Retrato.

Por que tudo deve piorar em Florianópolis nos próximos anos? Por falta de infraestrutura. Para se ter uma ideia, há 30 empreendimentos em construção apenas no balneário de Ingleses. Por baixo, pelo menos dois mil moradores novos. Estradas, ruas, avenidas? Esgoto? Chuveiros na praia? Nada. Tudo igual, para um crescimento desigual.

Saturação.

Moradores de Ingleses voltam a protestar neste sábado (5), pela manhã, contra o pouco caso oficial em relação ao saneamento básico no bairro. Esgotos correm a céu aberto e ninguém toma atitude. A Secretaria de Saúde do município já enviou ofício à direção da Casan, alertando para a saturação do sistema, mas não houve resposta. O caso é grave demais.

Rumo ao caos.

“Por que não há limites em Florianópolis? Porque aqui somos guiados por forças inescrupulosas e corruptoras, com a cumplicidade de alguns políticos, rumo ao caos e à barbárie urbana”. Marcos F. Ferreira, em mensagem enviada a este colunista, via e-mail.

Só promessas.

Colaborador da coluna mandou sequência de imagens mostrando o estado de abandono da praça Getúlio Vargas, uma das mais importantes de Florianópolis. Até o parque infantil Dona Tilinha está totalmente abandonado, representando perigo para as crianças. Faz tempo que a prefeitura vem prometendo uma revitalização do local.

Alternativa.

E por falar em mobilidade, uma das soluções para o trânsito rumo ao Sul da Ilha seria a reabertura ao tráfego de veículos da chamada Estrada da Base, fechada desde 1968. Ao que tudo indica, a via foi trancada para os civis, naquele ano, por causa da questão de “segurança nacional”, requerida pelo regime militar. Hoje, não faz nenhum sentido.

Obstáculo.

Dizem que já houve tentativas para reabertura da Estrada da Base, como alternativa de trânsito para a região Sul. Mas a Aeronáutica vetou a possibilidade, porque a via passa em frente à casa do comandante. Ora, que se mude de lugar a casa do comandante!


Veículo da prefeitura de Florianópolis é flagrado com propaganda eleitoral de Luiz Henrique.

Carro foi lacrado e está com a Polícia Federal.

Um Vectra da prefeitura de Florianópolis foi apreendido nesta segunda-feira na BR-101, em Biguaçu, com placas frias, licenciamento vencido e o porta-malas cheio de propaganda eleitoral do candidato ao Senado Luiz Henrique da Silveira (PMDB), da coligação "As pessoas em primeiro lugar". Também foi encontrado R$ 1,8 mil em dinheiro.

Segundo o coordenador de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Leandro Andrade, por volta das 14h, policiais da PRF desconfiaram do veículo por ser um modelo muito novo, com uma sequência de placas antiga (LYD-9458).

A PRF encontrou as placas oficiais do carro no porta-malas (MGP-3056). O veículo foi lacrado e está com a Polícia Federal (PF). A Justiça Eleitoral de Biguaçu foi acionada, e a chefe do cartório eleitoral do município Graziela Gonçalves foi conferir o material.

De acordo com ela, não havia irregularidade eleitoral porque transportar dinheiro e material de campanha não é crime. Mas o caso foi parar com o promotor eleitoral de Biguaçu, Aurélio Silva, porque utilizar carro oficial para uso em campanha é ilegal.

— Não recebi o flagrante ainda. Só posso me posicionar depois de avaliar o caso. O que posso dizer é que o Ministério Público está aguardando os autos do flagrante — afirmou.

Na Prefeitura de Florianópolis, o secretário-adjunto de Administração, Frederico Só Pereira, não explicou o que o carro, que é do Instituto do Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), estava fazendo com o material de campanha.

O coordenador de comunicação de campanha de Luiz Henrique, José Augusto Gayoso Neves, garantiu que do diretório não saiu nenhum material para a prefeitura.

— Mas qualquer um pode vir aqui e pegar material. No varejão, não temos como controlar.

Fonte: Simone Kafruni, DC

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Na postagem anterior, foi mostrado que o "coronel" foi condenado a pagar dívidas referentes à 2007. O povo votou e o colocou na cadeira do Senado Federal. Agora vamos esperar para ver o que mais virá a tona quanto as "artimanhas" deste político tão inescrupuloso. E parabéns para o povo de Santa Catarina.

Justiça condena Luiz Henrique e ex-assessores a pagar mais de R$ 892 mil aos cofres públicos

Senador Paulo Bauer e Derly Massaud também foram condenados por propaganda irregular.

Os senadores Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e Paulo Bauer (PSDB) e o secretário de Comunicação Derly Massaud de Anunciação foram condenados pelo juiz Luiz Antônio Zanini Fornerolli, da Vara da Fazenda Pública de Florianópolis, por propaganda irregular. Eles terão de pagar aos cofres públicos o total de R$ 892.745,97.

O valor se refere ao custo da apresentação da ação há quatro anos. E representa o que foi gasto para anunciar nas emissoras de rádio e TV. Segundo a decisão do juiz, “os valores terão de ser corrigidos com juros e correção monetária pela taxa Selic, a contar da retirada de tais valores dos cofres públicos, em favor do Estado de Santa Catarina”.

A ação popular, que gerou a condenação, foi a campanha publicitária Volta às aulas, veiculada entre os dias 24 de fevereiro e 13 de março de 2007 na gestão do governador Luiz Henrique e dos secretários da Educação Paulo Bauer e de Comunicação, Derly de Anunciação. A propaganda foi caracterizada pela Justiça como promoção pessoal de Luiz Henrique e Bauer.

No entendimento do juiz Luiz Antônio, o governante não pode personalizar os atos, programas, obras e serviços levados a efeito pelo Estado, “muito menos extrair de sua prática benefício pessoal”.

A interpretação da Justiça é que os dois mandatários não respeitaram os princípios da administração pública: reciprocidade (estava sendo remunerado para cumprir finalidade pública) e eficiência (tinha a obrigação de fazer o melhor).

A propaganda foi questionada na Justiça pelos deputados do PP Kennedy Nunes, Joares Ponticelli, Reno Caramori e Valmir Comin, que alegaram promoção pessoal de Luiz Henrique e Bauer nas campanhas do governo. Segundo a defesa dos pepistas a propaganda é ilegal, uma vez que atribuía à pessoa do ex-governador e a seu secretário o mérito por proporcionar ensino público de excelência. 

O grupo de deputados solicitou na ação popular a suspensão da veiculação da campanha e a declaração de nulidade de todos os atos relativos à publicidade. Além da condenação deles, que terão que ressarcir aos cofres públicos e realizar pagamento de multa, correspondente a cem vezes o valor do dano.

Fonte: Dayane Nunes, A Notícia.

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E o povo catarinense ainda teve a ousadia de eleger o "coronel" Luiz Henrique da Silveira e seu "comparsa", Paulo Bauer, para representar o Estado no Senado Federal.

terça-feira, 1 de março de 2011

Contorno de Florianópolis: promessa que há 12 anos não sai do papel.

Obra do anel viário para desafogar a BR-101 deveria estar pronta em 2012, mas ainda nem começou.

São 4h. Getúlio Bueno, 44 anos, desperta no banco do caminhão, estacionado em um posto de gasolina às margens da BR-101, em São José. Esfrega os olhos, toma um café e sai. No baú do veículo, 12 toneladas de alimento devem ser entregues em supermercados da Grande Florianópolis.

É assim nas quartas e quintas-feiras de todas as semanas. Mas já foi diferente. Há três anos, quando começou a trazer mercadoria de Curitiba, no Paraná, onde mora, para a Grande Florianópolis, começava o trabalho às 7h.

– Agora, se eu acordar mais tarde não consigo circular na rodovia. Fica tudo trancado. Qualquer obra para essa região é muito bem-vinda – diz o caminhoneiro.

Bem-vinda e atrasada. São 12 anos de espera pelo Contorno de Florianópolis, anel viário que tem a missão de destravar as pistas da BR-101 na região metropolitana da Capital. O projeto foi realizado em 1998 pelo antigo Departamento Nacional de Estradas e Rodagem (DNER), hoje Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). Na época, era para ser executado ao fim das obras de duplicação do trecho Norte, em 2001. Acabou sendo adiado e debitado na conta da empresa que ganhou a concessão da rodovia, em 2008. O contrato de concessão é claro: a empresa tem até o quarto ano para concluir a obra, ou seja, 2012.

Mas o prazo não será respeitado. O sonho de ter um desvio por onde circule o tráfego pesado e de longa distância está adiado para 2014, com os últimos capítulos protagonizados pela concessionária Autopista Litoral Sul, sob o aval da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

O projeto executivo, aprovado pelos órgãos ambientais e que fez parte do edital de concorrência em 2008, foi descartado, porque é muito antigo e precisou ser revisto. Com isso, a Autopista informou que realizou o projeto funcional, aprovado pela ANTT, e, agora, faz os estudos de impacto ambiental da obra. Seguem-se o projeto básico e o projeto executivo do Contorno. A previsão é de começar em 2011 e entregar quatro anos depois.

Mas qual a diferença de um para o outro e que projetos são esses? Com a palavra, a concessionária:

– O projeto funcional consiste no estudo preliminar, onde se define o traçado da obra. Já o básico, reúne todos os primeiros estudos. O plano executivo é o referente à execução. Todos são encaminhados para análise e aprovação da ANTT, e cada etapa só tem sequência a partir da aprovação do projeto anterior.

Especialistas em trânsito ouvidos pelo DC não engolem a substituição da proposta original:

– É aceitável que o projeto original é antigo. Mas que se façam adequações, não um projeto novo. Eu sou engenheiro desde os anos 1960 e nunca ouvi falar no projeto funcional – questiona Ricardo Saporiti, engenheiro civil, responsável pelo estudo da Fiesc sobre a duplicação do trecho Sul da rodovia BR-101.

São 15h de quinta-feira. Getúlio terminou as entregas. Mas o pouso no posto ainda é necessário. Ele espera baixar o fluxo na BR para encarar a rodovia mais limpa, rumo ao desejado descanso em casa, em Curitiba, o que deve acontecer por volta das 23h.

Contraponto

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) disse que houve uma alteração no prazo inicial em decorrência da necessidade de se elaborar novos estudos.
Outro motivo foi em relação às diversas ocorrências ao longo da rodovia, provocadas pelas intensas chuvas, o que motivaram situações de emergências, com repercussão em atrasos nas obras e serviços, conforme justificativas da concessionária.

A ANTT informou ainda que determinou à concessionária a realização de estudos relativos à necessidade de ampliar a extensão do contorno no sentido Norte, sem prejuízo na efetivação do cronograma do projeto já aprovado.

A concessionária Autopista Litoral Sul explicou que o traçado entre o km 196 e 220 foi determinado pelo Programa de Exploração da Rodovia (PER) e que o trecho pode ter alterações em função dos estudos de impacto ambiental.

ANTT e concessionária se recusaram a fornecer o novo projeto, pois afirmaram que eles estão em estudos e ainda podem sofrer alteração.

Por Cristina Vieira, DC