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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Planejamento?

Da coluna de Moacir Pereira (DC, 07/04/2011)


Entre as obras mais questionadas pelo novo governo, há dois destaques na área cultural:

1. A arena multiuso de Canasvieiras, o “monstrengo” rejeitado pelos líderes comunitários e trade turístico do Norte da Ilha. Há mais de um ano que o esqueleto permanece abandonado na vitrina da SC-401, renegado por tudo e por todos. A empreiteira levou parte do recursos previstos no contrato e abandonou a obra. 

2. A reforma do Centro Integrado de Cultura é uma afronta à sociedade catarinense. O deputado Gilmar Knaesel revelou, na Assembleia, que a obra foi decidida exclusivamente entre o governador Luiz Henrique da Silveira e a presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Anita Pires. “A Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte não tomou conhecimento do edital, do processo, da liberação dos recursos e muito menos do novo projeto.” A verba prevista nem era do Fundo de Cultura, mas do Fundo Social, controlado pelo gabinete do governador, segundo enfatizou o próprio Knaesel. Os órgãos culturais que atuavam nas amplas instalações do CIC foram atirados num canto, com obras de arte, livros raros e todos os móveis e processo empilhados, sem que os servidores tivessem até condições sanitárias, tal a insalubridade causada pela poeira e pelos restos. Para participar das reuniões da Academia Catarinense de Letras, os imortais entravam por uma porta improvisada nos fundos e valiam-se de um frágil pontilhão de madeira. O Espaço Lindolf Bell desapareceu. O Café Matisse sumiu, e ninguém sabe, ninguém viu. O teatro foi fechado. O cinema do CIC, opção de qualidade na programação cultural da Capital, está lacrado. As exposições do Museu de Arte Moderna de Santa Catarina ficaram na memória.

Os torpedos – e não só estes – caíram no colo do secretário Cesar Souza Junior. O destino da arena multiuso é uma incógnita. A situação do Centro Integrado de Cultura ganhou racionalidade, com as obras sendo agora executadas por módulos. No centro de tudo, dúvidas políticas e suspeitas financeiras permanecem envoltas em mistério. Convoquem o Sherlock Holmes!

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